sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A moda no século XIX (PARTE 8)

Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.
O século se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".
Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.
Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.
As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de "universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.
Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte. estilos de moda em 1822.
Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.

A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.

Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880 vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures ("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.

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